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ToggleOncoclínicas negocia venda de hospital por R$ 150 milhões como parte de plano de reestruturação
Movimento faz parte da estratégia de desinvestimento e redução de endividamento do grupo, que também avalia parcerias regionais e novos modelos de operação hospitalar.
Venda faz parte de plano de reestruturação
A Oncoclínicas está avançando em seu plano de reestruturação financeira com a venda de um de seus hospitais, o Câncer Center de Belo Horizonte, avaliado em aproximadamente R$ 150 milhões.
A operação integra uma estratégia mais ampla de desinvestimento em ativos hospitalares, com o objetivo de reduzir o endividamento e concentrar recursos em seu core business: a gestão de centros oncológicos e clínicas especializadas em tratamentos contra o câncer.
Segundo fontes de mercado, o hospital possui 180 leitos, e a negociação deve envolver valores entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão por leito, conforme o modelo de parceria adotado. A companhia também estuda repasse de um projeto hospitalar em Goiânia, que poderá se transformar em um polo de saúde em conjunto com investidores regionais.
“A venda de ativos faz parte da estratégia de reestruturação e reposicionamento da companhia, com foco em eficiência operacional e sustentabilidade financeira”, informou uma fonte próxima às negociações.
Modelos em avaliação
Duas propostas principais estão sendo consideradas:
- Venda integral da unidade, com transferência total da operação;
- Modelo híbrido, em que o grupo mantém a gestão da área oncológica e recebe pagamentos periódicos pelo uso da estrutura.
A expectativa é que a transação em Belo Horizonte seja concluída nos próximos dias, reforçando a política de desalavancagem da companhia. Recentemente, a Oncoclínicas já havia vendido uma unidade em Uberlândia (MG) por cerca de R$ 160 milhões a um grupo de médicos da região.
Busca por sustentabilidade financeira
O principal objetivo da companhia é reduzir o índice de alavancagem, atualmente em torno de 4,4 vezes a relação dívida líquida/Ebitda, e retomar o lucro nos próximos trimestres. Sem novas liquidações de ativos, a empresa pode alcançar os limites de seus covenants financeiros, segundo analistas do setor.
Especialistas apontam que a Onococlínicas segue o mesmo caminho de grandes grupos hospitalares como Dasa, Rede D’Or e Kora Saúde, que vêm revendo seus portfólios e priorizando modelos operacionais mais enxutos e sustentáveis.
“Esses movimentos são comuns em períodos de ajuste e consolidação. As empresas buscam eficiência, escalabilidade e maior retorno por unidade”, analisa o consultor em gestão hospitalar Carlos Nogueira.
Transformação do setor hospitalar
Nos últimos anos, o mercado de saúde brasileiro tem passado por um processo de consolidação e reestruturação, impulsionado por custos crescentes e margens comprimidas. A venda de ativos e a adoção de modelos de parceria têm se tornado alternativas frequentes para preservar capital e fortalecer a posição estratégica das companhias.
A transação reforça o movimento de reposicionamento estratégico da Oncoclínicas, que aposta em parcerias regionais e na especialização em oncologia como pilares para seu crescimento sustentável.
